terça-feira, 6 de julho de 2021

HISTÓRIA DE POJUCA

 

POJUCA: IDENTIDADE, TERRITORIALIDADE E ORGANIZAÇÃO SOCIAL

 

A OCUPAÇÃO DA TERRA

O espaço geográfico que hoje compreende a circunscrição limítrofe do município de Pojuca foi ocupado, antes da colonização portuguesa, pelos nativos do chamado tronco linguístico tupi, notadamente pela etnia tupinambá. Embora não se tenha encontrado, até agora, registro de que na cidade ou nos seus arredores tenha existido aldeamento de alguma tribo indígena, é certo que esse era um território por onde os tupinambás transitavam, caçando, coletando, pescando ou trafegando pelos rios. Ademais, os rios que cortam o território foram nomeados pelos tupinambás em sua língua nativa. O Rio Catu (lugar bom de pesca), o Rio Una (rio escuro, negro), o Rio Jacuípe (rio do jacu) e o Rio Pojuca (lugar alagado, apodrecido). Esse território vai sendo, aos poucos, tomado pelos colonizadores portugueses a partir do século XVI, especialmente depois instalação do sistema conhecido como Capitanias Hereditárias. Assim, a partir 1534 o fidalgo português Francisco Pereira Coutinho recebe a doação da Capitania da Baia de Todos os Santos e, não sem muita luta e resistência dos nativos, vai ocupando a região, contudo, a parte mais ao norte do Recôncavo Baiano, onde está Pojuca hoje, continuaria protegida desta invasão até o século XVII, servindo de refúgio aos nativos que eram agredidos e acuados tanto a partir da Baía de Todos os Santos, ao sul, quanto da Enseada de Tatuapara, a leste.

Com o fracasso das Capitanias Hereditárias, os colonizadores resolveram implantar o sistema de Governos Gerais e, em 1549 desembarca na Baía de Todos os Santos o primeiro governador-geral, Tomé de Sousa, que traz consigo Garcia de Souza D’Ávila, a quem o próprio governador vai doar uma extensa faixa de terra, cuja sede vai ser na região de Tatuapara onde, em 1551, foi erguido o Castelo da Torre. A partir daí, as terras onde hoje está Pojuca passam a compor o domínio de D’Ávila e a Enseada de Tatuapara passa a ser um porto controlado por ele, onde as mercadorias para o abastecimento do castelo desembarcavam e os produtos extraídos desta parte da colônia eram levados para Europa ou para outras partes do Brasil. A partir do século XVII, há um avanço da monocultura da cana e as terras mais ao norte da Baia de Todos os Santos vão sendo ocupadas, é nesse momento que os primeiros colonos portugueses vão chegar ao território onde hoje esta Pojuca. Como nos indica o historiador Carlos Ott, os povoadores desciam ao longo dos “rios Joanes, Jacuípe e Pojuca para povoar essas terras” (OTT, 1996, p. 03) e, aos poucos os pequenos proprietários vão adquirindo o título de posse das terras das mãos dos D’Avila e, aqui construído engenhos, plantando cana e criando gado. Em 1757, numa carta do Reverendo Filipe Barbosa da Cunha dirigida à Corte Portuguesa descreve a região, dizia o religioso:

“Há nesta freguesia oito engenhos de fazer açúcar, a saber: Laranjeiras, da Pojuca, do Retiro, de Água Boa, Pimentel, Laranjeiras Nova, Papussu, Terra Nova e das Religiosas de Nossa Senhora do Carmo. (...) De 62 sítios {que} compõem essa freguesia, que não chega a ter nome de lugar, nem povoação, pois o maior deles não passa de oito vizinhos que vivem de plantar mandioca para fazer farinha”. (CUNHA, 1913, p. 2007)


Em 1798, a matriarca de uma das primeiras famílias que passaram a ocupar esse território, Dona Bernarda D’Asumpção Freire de Carvalho, pede a confirmação de posse da propriedade que seu falecido marido Manoel José de Carvalho comprara das mãos de Martinho de Souza e Albuquerque, um dos descendentes dos D’Ávila. A família Freire de Carvalho foi proprietária do primeiro engenho que se instalou aqui, o Engenho Pojuca (ou Engenho Caboclo), mencionado pelo Padre Felipe Barbosa da Cunha. Junto com a cana e os engenhos, também foram sendo trazidos os africanos para o trabalho cativo nessas terras.

O POVO E O TERRITÓRIO


Os negros escravizados compunham o grosso da mão de obra que fazia movimentar a monocultura canaveira deste território desde os últimos anos do século XVII até o as últimas décadas do XIX. Segundo o historiador Stuart Schwartz, já no ano de 1739, o Engenho Pojuca possuía 67 pessoas escravizadas, sendo 45 homens e 22 mulheres (SCHWARTZ, 1988, p. 87). Isso sem falar nos outros engenhos e sítios da região. O contingente de africanos trazidos para o trabalho cativo neste território foi grande, por isso a cultura e as feições do pojucano típico são profundamente marcadas pela religiosidade, o batuque, a cor e o DNA africano. Segundo o censo de 2010 do IBGE, 84,1% da população do município se autodeclarou preto ou pardo. O professor João Batista, em seu Livro Pojuca: o Arraial da Passagem destaca:

Os africanos escravizados que por aqui viveram trouxeram sua contribuição na culinária, na dança, na música etc. Com o fim da escravidão oficial, os descendentes destes povos vindos da África já estavam com suas raízes fincadas aqui e formavam a maior parte da população. Hoje é possível perceber de maneira muito contundente que Pojuca é uma cidade de maioria negra e com tradições fortes das religiões de matrizes africanas em todos os aspectos da cultura local. Mesmo com a repressão oficial, explícita ou velada, as práticas religiosas aconteciam em terreiros e moradias. E, apesar de toda negação de sua fé e história, os negros produziram e produzem uma marca indelével na cultura regional. (BATISTA, 2018, pp. 99-100)


Assim, não há como negar que Pojuca é uma cidade marcada pela multiplicidade étnica e pela diversidade cultural que estes povos acabaram por produzir ao longo do tempo neste território. No coração do povo e nos sulcos da terra onde hoje está Pojuca correm o sangue e o suor dos grupos humanos que aqui deixaram suas marcas. A ocupação violenta empreendida pelos colonizadores produziram a as feridas do trabalho cativo e a expulsão vil dos nativos e é esse legado de opressão e resistência que permeia as entranhas desta cidade no tempo presente.

Antes da chegada dos portugueses e dos africanos, trazidos para o trabalho cativo nestas terras, por aqui vivam, como dissemos, os tupinambás. Esse grupo étnico estabeleceu relações, ora amistosa e ora conflituosa com os colonizadores desde o início da chagada dos europeus. Fixados na foz do Rio Pojuca, os tupinambás controlavam, a partir do morro Tatuapara, a enseada que ficava à frente deste morro e passou a ser muito frequentada por embarcações portuguesas e de outras nacionalidades (piratas) interessadas em explorar este território. Gabriel Soares de Souza, em seu Tratado Descritivo do Brasil, fez referência a esta enseada, dizendo: “Tatuapara é uma enseada, onde se mete um riacho deste nome, no qual entram caravelões da costa com preamar nesta enseada têm os navios muito boa abrigada e surgidouro de que se aproveitam os que andam pela costa”. (SOUSA, 1879. p. 37) Esse ancoradouro era administrado pelos tupinambás que, a partir dali, faziam escambo com os navegantes europeus que passavam pela costa brasileira. Depois, com tomada do território por Garcia D'Ávila, os nativos continuaram habitando a região, mas perderam o controle do ancoradouro e as atividades passaram a ser administradas pelo bandeirante, contudo, o escambo continua a acontecer, só que agora entre os tupinambás e o líder do Castelo da Torre. Aos poucos, com introdução da atividade pecuária na região da foz do Pojuca, os nativos vão sendo empurrados mais para o interior do território, inclusive, na direção de onde hoje é Pojuca. Sobre esse aspecto, José Alípio Gulart vai dizer que:

(…) o gado era uma invasão. Um Átila perseverante, tardo e inevitável, por isso invencível. Não havia pará-lo. O tupinambá da costa, o caeté ribeirinho, o cariri da caatinga recuavam. Os bois, remoendo, sonolentos, progrediam. Conquistavam tudo. (GOULART, 1965. p. 67)


À medida que o recuo se acentua, o território onde hoje está Pojuca passa a ser, ao longo do século XVI, um lugar de refúgio e resistência dos nativos, seja daqueles que sofriam com a perseguição dos conquistadores vindos da região de Tatuapara (Praia do Forte), a leste ou aqueles que recuavam à medida que os arredores da Baia de Todos os Santos, ao sul, estava sendo ocupada pelos engenhos e fazendas de cana. No século XVII, a pressão pela ocupação do território continua a crescer e os produtores de cana chegam cada vez mais perto. A partir de 1681, com a lei que obrigava a construção de novos engenhos a uma distância de 1500 braças dos já existentes, os produtores da região de São Francisco do Conde vão avançando em direção às terras de massapê mais ao norte e chegam ao território onde hoje é Pojuca. Como nos mostra o historiador catuense Marcelo Oliveira ao dizer que com:

(…) o crescimento da economia canavieira, a sucessiva redistribuição dos engenhos mais próximos de Salvador e a busca por terras férteis podem ter impulsionado os proprietários da região de São Francisco do Conde a expandir as plantações para o Norte, em direção aos rios Catu e Pojuca. (OLIVEIRA,  2015. p 29)


Com a chegada dos colonizadores, a ocupação efetiva da terra com a construção dos engenhos e a abertura de fazendas os nativos que restavam na região vão sendo expulsos ou exterminados. O território vai sendo ocupado e povoado por colonos portugueses e africanos escravizados a partir da virada do século XVII para o XVIII. Sobre isso, o professor João Batista nos diz:

Essa população chegou aqui da seguinte forma: uma parte trazida como escravos para os engenhos, outra atraída para trabalhar na fabricação de açúcar e outra ainda como donatária das terras férteis de massapê. Ao redor dos engenhos, com o passar do tempo, a terra também vai sendo ocupada por sitiantes e pequenos proprietários que produzem fumo e mandioca. (BATISTA, 2018, pp. 11-12)


A FORMAÇÃO DO ARRAIAL

Ao longo dos tempos as pessoas construíram grandes aglomerados urbanos próximos aos rios. Foi assim com o Cairo, capital do Egito que nasceu às margens do grande Rio Nilo e Paris, capital da França, que tem seu coração atravessado pelo Rio Sena. Isto sem falar em Londres, banhada pelo majestoso Rio Tâmisa e a nossa querida São Paulo, banhada pelos rios Tietê e Pinheiros. Assim também Pojuca nasce na margem norte do rio que lhe dá nome: o Rio Pojuca.

Este rio é um curso d'água que nasce em Santa Bárbara- Ba, passa pelos municípios de Coração de Maria, Terra Nova, Pojuca Mata de São João e deságua no Oceano Atlântico, na praia do Forte (Tatuapara). Com o passar do tempo, esse rio acabou por emprestar seu nome à cidade. Os índios tupinambás chamavam esse rio em sua língua nativa de “yapoyuca”. Segundo o livro Pojuca: O Arraial da Passagem, citando o grande geógrafo baiano Teodoro Sampaio, esse termo:

é formado pela junção de duas outras palavras do tupi: Yapó, que significa água transbordante, cheia ou alagadiço e Yuca que significa brejo, pântano ou lugar apodrecido. Portanto, juntando yapo+yuca, vamos ter uma palavra cuja fonética é muito semelhante à “pojuca”. (…)

Para Sampaio, o povo tupinambá que viveu nessa região desde muito antes da chegada dos portugueses teria batizado o caudaloso curso d’água em sua língua e, depois, com as derivações, supressões e corrupções que a palavra sofreu ao longo do tempo, chegou-se a expressão atual, “pojuca” que quer dizer: o lugar alagado, o lugar pantanoso, lugar apodrecido. É importante ressaltar que os indígenas ao usar aquela expressão, “yapoyuca”, estavam se referido ao rio, não à cidade ou ao lugarejo. Muito antes de surgir o povoamento, o rio já existia e o termo yapoyuca = Pojuca, portanto, refere-se às águas do rio e às terras alagadas por onde este rio passava. (BATISTA, 2018, pp. 14-15)


O arraial que surgiu na margem norte do Pojuca, há cerca de 35 quilômetros de sua foz, ocorreu, provavelmente, no decorrer do século XVIII, à medida que os tropeiros que subiam do ancoradouro de Tatuapara para o sertão nordestino, com suas mulas carregadas de mercadorias, depois de um enfadonho dia de viagem paravam para descansar e abastecer os engenhos e as fazendas situadas neste território onde hoje está Pojuca. As terras onde esses caixeiros viajantes paravam, desde o início do século XVIII, pertenciam a Manoel José de Carvalho, que era proprietário do Engenho Pojuca e senhor de escravos. Ao redor deste engenho havia extensos canaviais, contudo, a baixada mais próxima ao rio não servia para a plantação de cana por que era uma área que sofria com constantes alagamentos, ao sabor do regime de águas do rio. Como o ponto de parada dos viajantes acabou por se transformar em uma feira, onde os fazendeiros, sitiantes e trabalhadores forros vinham comprar charque, peixe salgado, condimentos, vinho, tecido, louças, ferramentas e toda sorte de produto que era desembarcado em Tatuapara, aos poucos vão se erguendo casas comerciais, casas de morada e botecos. Esse povoamento foi crescendo ao longo do tempo. As primeiras casas vão sendo erguidas pelas pessoas simples, no lugar onde acontecia a feirinha dos tropeiros. Como aquelas terras não servem aos propósitos dos seus donos, eles vão permitindo a ocupação e, o lugar da travessia vai se constituindo em uma pequena praça que José Lemos de Santana (SANT’ANA, sd. p.342) vai chamar Largo da Passagem. Esse largo é o contro do povoado que segue se expandindo. O povo que forma o arraial é um povo simples, que depende da benevolência dos donos das terras para permanecer e dos negócios que fazem com eles para sobreviver. Os africanos escravizados que conquistavam a liberdade, como não tinham terra, vinham viver no povoado, os comerciantes que faziam a rota de Tatuapara para o sertão, acabam casando e passando a viver no povoado. Os pequenos sitiantes, à medida que o arraial vai crescendo, se sentem atraídos a vir morar no local onde há feira, casas comerciais e maior movimento urbano.

O povo do arraial da Passagem tem sua vida religiosa movimentada, em grande parte, pelo catolicismo popular. Aqui, certamente, já com muitos elementos sincréticos dos cultos africanos. Contudo, a vida sacramental, como batismos, casamentos e missas ou são realizadas nas capelas dos engenhos próximos (Pojuca, Remédios, Central, Engenho Santiago, Engenho Remédios, Engenho Gameleira, Engenho Pindobal ou Engenho Onça)1 ou na capela de Senhora Santana do Catu. Mas, a medida que o arraial vai crescendo, a própria comunidade sente a necessidade de ter a sua igrejinha, o seu local de culto e celebração, é nesse contexto que a comunidade da Passagem ergue uma capelinha de taipa a leste do Largo da Passagem, escolhe um padroeiro e o lugarejo começa a formar uma pequena rua à esquerda e à direita desta capelinha. Esta é a Rua da Passagem, mencionada em documentos da Paróquia de Pojuca. Com o passar do tempo, não se sabe ao certo quando, o arraial da Passagem tem seu nome associado ao rio que lhe deu origem: Pojuca. O memorialista pojucano José Lemos de Sant’Ana, nascido na Pojuca de 1921 escreveu o seguinte relato sobre a formação da vila da Passagem, diz o autor:

Daí nasceu um vilarejo que se chamou de Passagem e para identificá-lo perfeitamente e distingui-lo de outros locais com nome idêntico – Passagem do Rio Pojuca. Estabelecido aí na baixada, na beira do rio, o arraial, pelos favores dos proprietários de terras que não permitiam ocupar os altiplanos próximos, logo floresceu um pequeno comércio. Depois a igrejinha pequenina – oh! Quantas vezes ampliada pela fé e pelo trabalho do povo! – cujo padroeiro escolhido foi o Senhor Bom Jesus. Ora, o Bom Jesus é padroeiro de centenas de paróquias e lugarejos por este Brasil afora: Bom Jesus do Bonfim, da Lapa, dos Aflitos, etc. O nosso seria Bom Jesus da Passagem, que este era o nome do Arraial: Passagem do Rio Pojuca. Espero que ainda hoje conserve, ao menos no largo que vai a ponte da Passagem, o seu antigo nome identificador e histórico, de largo da Passagem. (SANT’ANA, sd. p.p. 340-342)


Com o passar dos anos, o povoamento vai crescendo e se destacando, mas o grande momento de seu desenvolvimento vai ocorrer na segunda metade do século XIX, com a chegada da Estrada de Ferro Bahia/São Francisco no ano de 1860. Em 1862 é inaugurada a estação ferroviária na sede e, depois a estação de Central, em frente ao Engenho pertencente aos Freire de Carvalho e ao aos Saraiva. A chegada da estrada de ferro vai proporcionar uma ligação direta de Pojuca com a capital da província e com Alagoinhas, o que vai favorecer muito o escoamento da produção açucareira e o comércio local que, a partir de então, não mais dependia mais dos tropeiros, pois já era possível comercializar diretamente com Salvador. No ano de 1868, seis anos depois da instalação da estação de trem Pojuca, Santana do Catu que assim como Pojuca, pertenciam a São Francisco do Conde, vai se emancipar e, como isso, o povoado de Pojuca passou a pertencer a nova municipalidade, o que fez com que a estrutura administrativa ficasse bem mais próxima. Em julho de 1877 a estada de ferro possibilitou mais um avanço importante ao povoado: a instalação do entrocamento das linhas de telégrafos. Isso possibilitou a comunicação direta e quase que instantânea do povoado de Pojuca com os grandes centros do Brasil e, inclusive, com a capital do Império: o Rio de Janeiro.

Esse cenário desenhado a partir da chegada da estrada de ferro foi o pano de fundo de uma série de mudanças que aconteceu na economia, na política, na religiosidade e na vida social de Pojuca. Assim, no final do século XIX tivemos a elevação do povoado à categoria de segundo distrito de Catu (1892); o movimento de autonomia religiosa que culminou com a criação da Paróquia do Bom Jesus da Passagem (1904) e do movimento que levou à emancipação política de Pojuca e criação do município (1913).


DESEMPREGO, EMPOBRECIMENTO E INDUSTRIALIZAÇÃO

Com o fim da escravidão oficial e a crise internacional do açúcar ocorrida na virada do século XIX para o século XX, o distrito de Pojuca passou por um dos piores momentos de sua história. Sem engenhos para moagem, os produtores que viviam na região não tinham para onde escoar sua produção de cana, os empregados assalariados dos engenhos perderam seus empregos, o dinheiro parou de circular e, nesse cenário o pequeno comércio local também definhou. O fim do trabalho escravo fez com que os cativos, agora livres, engrossassem o já inflado cordão de desempregados e a população local sofreu uma significativa queda, que só foi se recuperar depois da segunda metade  do século XX, com a chegada da Petrobras. Em 1888, Durval de Aguiar, escreveu, a respeito de Pojuca e fez a seguinte constatação: “O importante Arraial de Pojuca, junto ao rio do mesmo nome, possui 4.197 habitantes, que é em tudo superior e mais aprazível do que a Vila”(AGUIAR, 1979, p. 93.). Ou seja, antes da crise da virada daquele século, Pojuca ostentava um número significativo de habitantes, mas quando olhamos os censos seguintes, notamos como esse número ficou estagnado até os anos de 1950, quando o IBGE registrou apenas 6.919 habitantes em todo o município (BRITO, 2008/ IBGE). Isso nos leva a constatar que no intercurso de mais de 60 anos a população de Pojuca quase não cresceu. Uma consequência das condições econômicas desfavoráveis ocorrida na virada do século XIX para o XX, que impactou no crescimento da cidade. Segundo o Professor João Batista,

O impacto social da crise foi tal que o subdelegado de Pojuca, em 1889, mandou um comunicado para o Rio de Janeiro, capital federal, pedindo ajuda para as pessoas que perambulavam pela cidade, desempregadas, passando fome: “Aquele Distrito e seus arrabaldes acham-se em mísero estado de indigência, vendo-se diariamente vagarem de porta em porta, esmolando o pão da caridade pública”, dizia o telegrama. (BATISTA, 2018, p. 29)


É certo que naquele momento, as pessoas que estavam nos engenhos na condição de escravos e, depois, de livres, não tendo para onde ir, começavam a ocupar as áreas periféricas da cidade onde viviam da mendicância ou do subemprego. Os que estavam em situações mais suaves, iam abandonando a cidade para buscar condições de vida melhor em outros lugares. Foi o que aconteceu com a família do primeiro prefeito de Pojuca, Carlos Pinto, cuja família imigrou para Salvador, o mesmo acontecendo com a família do segundo prefeito, Raymundo de Sant’Ana. Os pretos e pobres iam ficando e tentando sobreviver como caixeiros ou carregadores das mercearias, padarias, bodegas, alambiques ou na área rural, na produção de farinha de mandioca e nas fazendas de gado. Às mulheres cabia o trabalho doméstico nas casas dos mais abastados e o ofício de tratadeiras de fato e lavadeiras. As oligarquias agrárias, ligadas ao leite e à farinha comandavam a cidade e as raízes políticas fincadas naquela época perduram até hoje. Sobre isso Batista nos diz:

As oligarquias agrárias ligadas ao leite e a carne comandam a política local na primeira metade do século XX. O censo do Almanak Laemmert, de 1925, já dá destaque aos criadores de Pojuca. Um desses criadores é João Alfredo Leite, que se tornaria prefeito de Pojuca entre 1938 e 1939. Outro nome de destaque é o do Capitão Pedro Leal Cardoso, cuja família ainda hoje exerce influência política no município, dois dos seus descendentes diretos foram vice-prefeitos da cidade: Antônio Leal Cardoso, conhecido com Biriba (2004-2006) e Adriano dos Santos Cardoso, o Adriano de Briba (2016-2020). (BATISTA, 2018, p. 90)


A partir de 1950, vamos ter uma guinada na economia local com a descoberta do Petróleo, a chegada do Conselho Nacional do Petróleo e, em 1953, da Petrobras. As atividades ligadas à produção petrolífera vão gerar muitos empregos na cidade. Como essas atividades absorvem mão de obra de baixa qualificação, muitos pobres e pretos passaram a trabalhar na Petrobras e nas empresas que a circundava. Isso favoreceu o acesso à renda através do trabalho para muitas famílias da cidade e atraiu muitos trabalhadores de outras regiões para Pojuca. De fato, a população que era de 6.919 habitantes em 1950 saltou para 22.563 em 1991, ou seja, triplicou em apenas 40 anos. Depois das companhias ligadas a exploração do petróleo, instalou-se aqui também a FERBASA, que veio a se tornar uma gigante na área da siderurgia. Isso fez de Pojuca, na segunda metade do século XX, uma cidade industrial, todavia e a despeito do ingresso de alguns pretos e pobres na atividade industrial e mineradora, a maioria da população continuou pobre e espremida nos bairros mais periféricos de Pojuca.

REFERÊNCIAS

AGUIAR, Durval Vieira de. Descrições práticas da província da Bahia: com declarações de todas as distâncias intermediárias das cidades, vilas e povoações. 2ª ed. Rio de Janeiro: Cátedra; Brasília: INL, 1979. (1ª Edição Tipografia do "Diário da Bahia". Salvador, BA,1888).

Almanak Laemmert. Rio de Janeiro, edição 065 de 1808.

BATISTA, João. Pojuca: O Arraial da Passagem. Salvador: EGBA, 2018.

BRITO, Cristóvão. A inserção da Petrobras no Recôncavo Baiano. EDUFBA. Salvador: 2008.

CUNHA, Felipe Barbosa da. Notícia sobre a Freguesia de São Sebastião das Cabeceiras do Passé, do Arcebispado da Bahia (1757). In.: ANNAIS da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, vol. 31. In.: Officinas Graphicas da Bibliotheca Nacional: Rio De Janeiro, 1913.

GOULART, José Alípio. O Brasil do Boi e do Couro. 2 vols. Rio de Janeiro: GRD, 1965.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, Censo demográfico 2010. Disponível em: http://cidades.ibge.gov.br/xtras/temas.php?lang=&codmun=292520&idtema=91&search=bahia|pojuca|censo-demografico-2010:-resultados-da-amostra-religiao-. Acesso em 04/09/2020.

OTT, Carlos. Povoamento do Recôncavo pelos Engenhos. 1536 – 1888, v. II. Ed. Bigraf. Salvador: 1996.

SANT’ANA, José Lemos de. Banbanga: Memórias, Volume I, Vozes, 1998.

SOUSA, Gabriel Soares de. Tratado Descriptivo do Brasil em 1587. Typographia de Joxo Ignaclo da Silva: Rio de Janeiro, 1879.

sábado, 18 de julho de 2020

Você sabia... Curiosidades sobre a História de Pojuca




Você sabia...
... quem foi Carlito Silva?

  • Não é possível falar de arte e cultura sem mencionar a figura de Carlito Silva. Médico e educador pojucano que organizava e comandava com irreverência a quadrilha “Mate o Véio”, cujos ensaios eram um espetáculo à parte. De posse de uma “varinha”, Carlito ensaiava sua quadrilha em espaço aberto e, quando o passista errava o passo tomava uma leve “chicotada” para prestar atenção na coreografia, para a diversão dos curiosos. Doutor Carlito, como era conhecido, foi vice-prefeito de Pojuca e empresta seu nome ao hospital público da cidade.


Você sabia...
... que ao longo de sua história, Pojuca só teve duas mulheres eleitas para o cargo de prefeita e todas da mesma família?
Atenção mulheres! Esta é pra vocês!

  • A primeira mulher eleita para a prefeitura de Pojuca foi Maria Luiza Laudano, em 1977 (há 43 anos). Ela governou a cidade em três ocasiões diferentes e, em 2009, Gerusa Laudano (filha de Maria Luiza) foi eleita e se tornou a segunda mulher a assumir a prefeitura da cidade. Em 2013, a vereadora Ana Cristina Nunes Moreira assumiu interinamente a prefeitura em razão de uma disputa judicial envolvendo o prefeito eleito da época. Pojuca já foi governada por 24 prefeitos diferentes ao longo dos seus 107 anos, destes apenas três eram mulheres, duas eleitas para o cargo e uma assumiu interinamente.


Você sabia...
... que Pojuca teve três gerações de uma mesma família governando a cidade e que todos governaram por dois mandatos?



  • Tudo começou em 1938 (há 82 anos), quando João Alfredo Leite foi nomeado prefeito da cidade e governou Pojuca de 1938 a 1940 e de 1946 a 1947. Seu filho, o médico Luiz Alfredo Leite, governou a cidade de 1983 a 1988 e de 1993 a 1996. Depois o seu neto e também médico, Carlos Eduardo Bastos Leite, governou Pojuca entre 2006 a 2008 e retornou ao comando da prefeitura em 2017, permanecendo até o ano corrente. Somando os mandatos, vamos ver que os Leite, governaram Pojuca por 20 anos.


Você sabia...
... que o samba de viola é uma das expressões musicais mais profundas da cultura popular pojucana?



  • Pois é... O samba de viola é, seguramente, uma manifestação muito presente na raiz cultural da cidade. É surpreendente o que acontece quando o músico Fiscal, tocador de samba mais conhecido na cidade, desliza os dedos sobre as cordas de sua viola e, as mãos calejadas dos componentes que o acompanham surram carinhosamente um afinado pandeiro e produzem um som que mexe com o mais profundo da alma pojucana. Mulheres, homens, meninos, senhoras idosas, todos são levados pelo batuque dos sambadores e caem na dança sem pudor. É provável que o ritmo do batuque do samba de viola leve à reminiscência da batucada das senzalas e desperte a força da África, da resistência e da origem negra desta população. Recentemente faleceu o senhor Osvaldo Silva, conhecido nas rodas de samba como Sapo, um dos nomes desta manifestação musical. A ele a nossa homenagem.


Você sabia...
... que Pojuca nem sempre teve esse nome?



  • É isso mesmo. Inicialmente, quando o território onde hoje está a cidade era apenas uma fazenda de cana, os tropeiros, uma espécie de cacheiro viajante, vinham da região do Castelo da Torre, na Praia do Forte, para o sertão com sua tropa de burros carregada de mercadorias (charque, bacalhau, louças, peixe salgado, tecido), beirando o Rio Pojuca desde a praia até onde hoje é o centro da cidade. Neste ponto eles faziam a travessia, a PASSAGEM, por isso aqui era chamado de Vila da Passagem. Depois, com o crescimento do povoado, o arraial foi evoluindo e tomou emprestado o nome do rio que o banha: Pojuca. Que significa, na língua tupi, LUGAR PANTANOSO, PÂNTANO ou PÂNTANO COM MATO APODRECIDO. Mas YapoYuca (como falavam os tupinambás), era o nome do rio e não do povoado. Só depois é que o lugarejo passou a usar esse nome.


Você sabia...
... que nem sempre Pojuca comemorou sua emancipação no dia 29 de julho?



  • Ah! Essa você não sabia! Mas é verdade. A pesar da lei de criação do município ter sido promulgada em 29/07/1913, a eleição do primeiro prefeito (intendente) e dos primeiros vereadores (conselheiros) só aconteceu em 07/07 e a posse dos novos eleitos foi em 26/10/1913 com grande festa e a visita do governador da época. Por isso, a festa de emancipação do município era realizada nesta data. Entre 1914 e 1930, Pojuca comemorava sua festa de criação em 26/10. A mudança para a data que celebramos hoje só ocorreu a partir de 1930.

Você sabe...
... qual a casa residencial mais antiga de Pojuca?



  • Hum! Aposto que você não sabe! Pois é, trata-se da casa da família de Dr. Hugo Xavier Marques, situada na Rua Senador Carlos Pinto, logo depois da Escola Maria Carvalho. Esta construção é de 1917, tem 103 anos. Dr. Hugo Xavier Marques, era advogado e chegou em Pojuca no início do século XX, vindo de Itaparica. Ele era filho do escritor Francisco Xavier Ferreira Marques, que foi membro da Academia Brasileira de Letras. Será que aquela é a casa mais antiga mesmo? É a que temos registro!


Você sabia...
... que a câmara de vereadores já funcionou na Rua J. J. Seabra?



  • Pois é... Mais uma pra suas anotações. Entre 1913 e 1928 o local de reuniões dos vereadores (conselheiros) era um prédio que ficava nas proximidades onde hoje está a loja Ideal. Somente a partir de abril de 1928, há 92 anos, com a inauguração do prédio da prefeitura é que o Poder Legislativo e o Executivo passaram a funcionar no prédio atual, localizado na praça Almirante Vasconcelos.


Você sabia...
... que Pojuca só teve um único negro no cargo de prefeito ao longo de sua história?



  • Pois é, apesar de 84,1% da população de Pojuca se declararem preta ou parda, ao longo de sua história a cidade só teve um prefeito negro. Foi José Vardes de Souza que governou a cidade em duas ocasiões: em 1967 e depois, entre 1971 e 1972. Em seu governo foram realizadas obras importantes para Pojuca como a dragagem e alinhamento do leito do Rio Pojuca, a construção da Ponte do Pau D’Arco e a Central de Manutenção, também conhecida como garagem municipal.


Você sabia...
... que Pojuca já pertenceu ao município de São Francisco do Conde?



  • Pois é, por incrível que pareça, tanto Catu quanto Pojuca já foram povoados pertencentes a São Francisco do Conde. Apenas no ano de 1868, quando Catu se emancipou, Pojuca passou a pertencer ao novo município, permanecendo subordinado à cidade vizinha até 1913, ano de sua emancipação.


Você sabia...
... quem foram Aristides Raymundo Nonato e Joana Maria de Oliveira?



  • Pois então, Joana Maria de Oliveira é o nome da primeira professora que se tem notícia na história de Pojuca. Ela veio de Monte Santo para Pojuca em 1878. O nome dela está nos registros dos Anais da Assembleia Legislativa Provincial do ano de 1882. Nesse documento o pedido de licença remunerada para tratamento de saúde feito pela professora e a autorização concedida pelos parlamentares da época. Já Aristides Raymundo Nonato, também professor, aparece no Jornal O Momento de 05/04/1879 solicitando licença à Assembleia Provincial e na Resolução Provincial 2744 de 28 de setembro de 1889, publicada no Jornal Diário da Bahia em 16/10/1989. Portanto estes são os primeiros professores de Pojuca que se tem registro.


Você sabia...
... que Pojuca já foi um grande produtor de açúcar?



  • Pois sim. O território onde hoje está Pojuca, era coberto por imensos canaviais e por aqui existiam muitos engenhos de fazer açúcar, com destaque para o Engenho Pojuca, Engenho Central e Engenho dos Remédios.


Você sabia...
... que Pojuca já teve um Barão?



  • Ah, você não sabe o que é barão… Hum, baronato é um título de nobreza dado a pessoas muito importantes, ricas e influentes. O José Freire de Carvalho, proprietário do Engenho Central, recebeu este título em 1883, há 137 anos, das mães do imperador D Pedro II. A partir daí ele ficou sendo chamado de Barão de Pojuca. Na sede imperial ele exerceu cargos importantes, dentre eles, foi chefe da guarda do imperador e coronel da Guarda Nacional.


Você sabia...
... que em Pojuca já viveram muitas pessoas escravizadas?



  • Pois é. Não é à toa que 84,1% da nossa população, segundo o IBGE, é formada de pretos e pardos. Os engenhos de açúcar de Pojuca, eram movidos pela mão de obra escrava entre os séculos XVIII e XIX. Manoel Joaquim e Antônio da Costa são os nomes de duas dessas pessoas que viveram aqui na condição de cativos. Manoel Joaquim, foi escravizado pela família Freire de Carvalho e, Antônio da Costa pela família Leal Cardoso.


Você sabia...
... que Pojuca já teve um impechment?



  • Pois é. Foi em 1967 e o prefeito “impichado” foi Dr. José Gonçalves Cruz Filho. Ele tinha sido prefeito da cidade entre 1959-1963 e foi eleito novamente em 1967, mas naquele mesmo ano a Câmara Municipal cassou o seu mandato. Dr. José Cruz Filho foi quem iniciou as obras de construção do Colégio Castelo Branco, inclusive esse colégio inicialmente recebeu seu nome. Com sua cassação, o colégio foi concluído por Fernando Pereira, um dos interinos que assumiu o cargo na continuidade daquele mandato.


Você sabe...
... quem foi a primeira mulher a comandar as terras onde hoje é Pojuca?



  • Bem. Ela se chamava Dona Bernarda D’Asumpção Freire de Carvalho e, foi a primeira mulher a se tornar dona das terras onde hoje está Pojuca. Ela herdou esta propriedade (e os escravos) de seu marido, Manoel José de Carvalho que comprou das mãos de Martinho de Sousa e Albuquerque, um dos descendentes de Garcia D'Ávila. Ela tomou posse das terras em 1798, há 222 anos, conforme documentos encontrados nos Anais da Biblioteca Nacional.


CONHEÇA A HISTÓRIA DE SUA CIDADE E APAIXONE-SE!

sexta-feira, 10 de abril de 2020

RELAÇÃO DOS PREFEITOS DE POJUCA





Carlos Pinto 1913 - 1927 Eleição indireta (Conselho Municipal)
Raimundo Sant'Ana 1928 - 1929 Eleição indireta (Conselho Municipal)
Pedro Cândido da Trindade 1929 - 1930 Eleição indireta (Conselho Municipal)

Raimundo Sant´ana 1930 Eleição indireta (Conselho Municipal)
Pacífico de Azevedo Lima 1930-1932 Nomeado p/ interventor federal
Elsior Joelviro Coutinho 1932-1937 Nomeado p/ interventor federal
João da Costa Libório 1937-1938 Nomeado p/ interventor federal
João Alfredo Leite 1938-1940 Nomeado p/ interventor federal
Hunaldo de Lima Oliveira 1940-1941 Nomeado p/ interventor federal
Nilson Ferreira Coelho 1941-1943 Nomeado p/ interventor federal

Antônio Mota 1943-1945 Nomeado p/ interventor federal
Priscilo de Abreu Guimarães 1945 Nomeado p/ interventor federal

José Martins Valverde 1945-1946 Nomeado por Decisão Judicial
João Alfredo Leite 1946-1947 Nomeado p/ interventor federal
Antônio Mota 1948-1950 Eleito pelo povo
Antônio Paes Leal 1950-1954 Eleito pelo povo

Flaviano de Souza Bonfim 1954-1955 Eleito pelo povo
Percílio dos Santos 1955-1959 Eleito pelo povo

José Gonçalves Cruz Filho 1959-1963 Eleito pelo povo
Percílio dos Santos 1963-1967 Eleito pelo povo

José Gonçalves Cruz Filho 1967 Eleito pelo povo

José Vardes 1967 Interino
Antônio Baptista dos Santos 1967 Interino

Fernando Perreira da Silva 1968 Interino
Walter de Almeida Mansur 1968-1971 Interino
José Vardes de Souza 1971-1972 Eleito pelo povo
Walter de Almeida Mansur 1973 - 1977 Eleito pelo povo
Maria Luiza Dias Laudano 1977-1982 Eleita pelo povo
Luiz Alfredo Leite 1983-1988 Eleito pelo povo
Eudes José Argolo Guimarães 1989-1992 Eleito pelo povo
Luiz Alfredo Leite 1993-1996 Eleito pelo povo
Maria Luiza Dias Laudano 1997-2000 Eleita pelo povo
Maria Luiza Dias Laudano 2000-2004 Eleita pelo povo
Antônio Jorge de Aragão Nunes 2005-2006 Eleito pelo povo
Carlos Eduardo Bastos Leite 2006-2008 Decisão Judicial


Gerusa Dias Laudano 2009-2012 Eleito pelo povo
Ana Cristina Nunes Moreira 2013 Interina
Antônio Jorge de Aragão Nunes 2014-2016 Eleito pelo povo

Carlos Eduardo Bastos Leite 2017-2020

Eleito pelo povo

Carlos Eduardo Bastos Leite

2021-2024

Eleito pelo povo